Em 2024, tive contato com o relatório mais aguardado do setor de cibersegurança, reconhecido por analisar mais de 30.000 incidentes de segurança globalmente. O documento traz detalhes que me obrigaram a repensar estratégias, práticas e recomendações para um ambiente digital mais protegido. Neste artigo, vou detalhar seis insights que me saltaram aos olhos ao ler a análise dos mais de 10.000 casos confirmados de violação deste ano.
1. Métodos de acesso inicial ao sistema: o gráfico que assusta
Logo na primeira seção do relatório, deparei-me com uma enumeração clara dos principais métodos que os invasores usam para conseguir acesso inicial aos sistemas. O gráfico apresentado é direto:
- Uso de credenciais comprometidas
- Phishing
- Exploração de vulnerabilidades
- Outros métodos
O que mais chamou minha atenção foi o crescimento de 180% nos ataques de exploração de vulnerabilidades em comparação ao ano anterior. Ou seja, os invasores estão aproveitando brechas técnicas cada vez mais rapidamente.
Quando vejo esse número, confirmo: manter sistemas sempre atualizados nunca foi tão necessário. Não há desculpa para adiar correções críticas. Se estou em ambientes onde há pressão por disponibilidade ou há resistência a mudanças, apresento dados desse relatório para justificar urgência. É impossível ignorar essa realidade em 2024.
2. Quase metade dos ataques via aplicações web
Outro ponto inegável: entre os diversos vetores de violação, aplicações web estiveram presentes em quase metade dos casos analisados. Essa informação não me surpreende, já que muitas empresas acabam subestimando a exposição dos próprios aplicativos para clientes, fornecedores e colaboradores.
Eu costumo ver empresas que deixaram de lado políticas rígidas de revisão de código e testes de penetração. Agora, os resultados aparecem: páginas de login mal configuradas, APIs sem controles ou portais com softwares antigos são portas abertas. E não adianta pensar apenas em grandes corporações. Pequenas empresas, aquelas que estão começando no ambiente online, também estão visíveis e vulneráveis.
Inclusive, para quem quer começar a adotar boas práticas, recomendo a leitura de um guia sobre proteção de dados na nuvem para pequenas empresas, já que grande parte das aplicações modernas já nasce nesse ambiente.
3. Phishing: o tempo de reação é curto
Ainda dentro dos métodos de entrada, o phishing se mantém constante. O que o relatório traz de novo é a métrica do tempo: em menos de 60 segundos, muitas vítimas caem em armadilhas enviadas por e-mail. Nem sempre as pessoas conferem detalhes pequenos, como domínios ou links encurtados.
O dado que mais me marcou foi o de que, após treino, apenas 20% dos usuários relataram tentativas de phishing. Isso mostra que, apesar do esforço, há um longo caminho a percorrer.
Ser rápido nem sempre significa estar seguro.
Eu, como profissional, sempre insisto: investir em treinamento recorrente é diferente de aplicar um único curso anual. Mostro simulações reais e faço campanhas frequentes para reforçar a mensagem. Só assim noto aumento na conscientização e diminuição das respostas impulsivas a mensagens suspeitas.
4. O elemento humano: 68% das violações envolvem falhas ou manipulação
Um insight fundamental do relatório é o impacto do fator humano. Em 2024, 68% das violações tiveram influência direta de decisões ou ações de pessoas. Isso envolve desde o clique em links maliciosos até a configuração errada de acessos e permissões.
Na minha trajetória, já presenciei casos em que falhas mínimas de comunicação interna abriram portas para invasores. Por isso, reforço sempre a necessidade de treinamentos constantes de conscientização em segurança. Além disso, implementar controles de acesso baseados em privilégio mínimo e fazer auditorias frequentes de permissões são passos básicos, mas muitas vezes esquecidos.
Não se trata de criar clima de medo, mas sim de corresponsabilidade. Se todos na empresa entendem como suas atitudes podem ajudar ou prejudicar, o ambiente fica muito mais protegido.
5. Cadeia de suprimentos como alvo: atenção aos terceiros
O relatório faz um alerta que causei ênfase em reuniões nos últimos meses: ataques na cadeia de suprimentos continuam crescendo. Empresas estão sendo impactadas por brechas em fornecedores de software, hardware e serviços terceirizados.
O elo mais fraco pode estar fora da sua equipe.
Nesse cenário, adotar processos rígidos de avaliação de fornecedores é indispensável. Eu sempre sugiro implementar políticas de gestão de riscos específicas para terceiros, incluindo questionários, auditorias remotas e cláusulas contratuais que tratem de cibersegurança.
Outro ponto que faço questão de abordar é a revisão frequente de acessos concedidos a parceiros. Muitas violações graves começaram por acessos esquecidos ou permissões excessivas mantidas além do necessário.
Não basta confiar: é preciso comprovar.
6. Medidas práticas para fortalecer as defesas em 2024
O relatório não traz apenas dados, mas me faz refletir sobre pequenas ações que podem gerar grandes resultados. Entre elas, elegi algumas que considero fundamentais para o cenário atual:
- Filtragem de e-mails mais rigorosa: sempre que possível, usar múltiplas camadas de análise e bloqueio;
- Adotar autenticação multifatorial em todos os sistemas críticos;
- Auditar regularmente permissões e revisar acesso de administradores e tercicrizados;
- Estudar modelos de acesso baseado em zero trust (ZTNA), que minimizam danos caso uma credencial seja comprometida.
Ou seja, a combinação entre tecnologia, processo e conscientização é a melhor resposta contra os vetores destacados.
Se quiser conhecer abordagens mais detalhadas, há muitos conteúdos práticos em proteção de dados e segurança da informação que podem apoiar esse fortalecimento.
Conclusão
Em poucas palavras, o relatório de 2024 não deixa espaço para dúvidas: os riscos estão crescendo e mudando rápido. O aumento de 68% nas violações relacionadas a terceiros reforça a urgência em avaliar fornecedores utilizando as melhores ferramentas de monitoramento. Da mesma forma, a velocidade com que pessoas reagem ao phishing e a alta dependência do elemento humano reforçam a necessidade de ações repetidas e evolutivas no dia a dia.
Incentivo os profissionais de segurança e TI a buscar a leitura completa do relatório. Ele não só traz números, mas exemplos, tendências e lições valiosas para qualquer tamanho de organização.
Se ficou alguma dúvida ou quer saber mais, abaixo respondo perguntas frequentes que costumo receber sobre o tema deste artigo.
Perguntas frequentes
O que é uma violação de dados?
Violação de dados é o acesso, uso ou divulgação não autorizada de informações sensíveis ou restritas. Isso pode acontecer por ação de hackers, falhas técnicas ou mesmo por erro humano, e normalmente acarreta exposição de dados pessoais, financeiros ou estratégicos para a organização atingida.
Como proteger meus dados em 2024?
Para proteger dados agora, eu indicaria começar pelas ações mais imediatas: manter todos os sistemas atualizados, adotar autenticação multifatorial, buscar filtragem avançada de e-mails e promover treinamentos de conscientização sobre ameaças como phishing. Também recomendo revisar acessos de usuários e parceiros a cada mudança relevante e, se possível, adotar modelos de confiança zero (Zero Trust) nos acessos. Há mais dicas em conteúdos sobre cibersegurança do blog.
Quais setores mais sofrem violações?
Setores como saúde, educação, finanças e governo continuam liderando os índices de violações por concentrar grandes volumes de dados e sistemas expostos. No entanto, empresas de pequeno e médio porte também estão cada vez mais no radar dos atacantes, especialmente aquelas que atuam via internet ou dependem de fornecedores terceirizados.
Como identificar sinais de vazamento de dados?
Alguns sinais comuns incluem: notificações de acesso suspeito, mensagens anômalas enviadas por contas internas, queda de performance inexplicável, pedidos de resgate (ransomware) ou alertas de sistemas de monitoramento de segurança. Se perceber atividades estranhas, a recomendação é investigar imediatamente para limitar impactos e buscar auxílio especializado, mesmo que o incidente pareça pequeno.
Quais são os principais insights do relatório?
Os principais aprendizados do relatório de 2024, na minha opinião, são:
- Exploração de vulnerabilidades cresceu 180% em um ano;
- Quase metade dos incidentes começaram por aplicações web;
- O phishing ainda é rápido e eficaz, exigindo resposta humana veloz;
- Ações e descuidos humanos seguem como causa de 68% das violações;
- Terceiros e fornecedores nunca estiveram tão na mira dos ataques;
- Medidas como multifator, filtragem avançada e gestão de riscos em terceiros precisam ser prioridade.
O relatório, de fato, é leitura valiosa para quem deseja antecipar ameaças e reforçar barreiras de proteção.